sábado, 29 de março de 2008


Não me inveje, trabalhe. Quem nunca ouviu falar nisso, ou, principalmente, leu em algum ambiente de trabalho? O brasileiro não pode ver ninguém se dando bem que já se comporta de modo estranho, visando derrubar o seu vizinho. Isso ocorre porque a grande falta de qualificação do nosso povo imprime um efeito psicológico de auto-defesa onde ninguém deve se sobressair, para não ofuscar os demais. Falta a visão da tentativa de crescer juntos, de aprender como fulano fez para melhorar de vida. A inveja então chega para corroer o que pode dar certo e servir de espelho para todos e assim, passa-se a falar mal, a inventar mentiras, a boicotar, a crescer o olho. Isso gera conversas e descrédito para quem estava lutando e fazendo algo verdadeiro para sair da mesmice e almejando um lugar ao sol.

Os 7 pecados capitais estão de tal forma incrustada no ser humano, que são visíveis à distância por qualquer pessoa, em qualquer tempo. O engraçado, para não dizer trágico, é que qualquer pessoa consegue ver os defeitos e desvios dos familiares, vizinhos e amigos, mas não enxerga os próprios, porque acha que ela pode errar, tendo sempre como justificar. Na verdade até acredita que está corretíssima e sai julgando e metendo o pau, mas não deixa de ser mais uma no ciclo vicioso que se convencionou como normal.

Conheço gente que sai de casa atrasada para ir à aula, porque estava vendo a Malhação ou arrumando a maquiagem, e fere os limites de velocidade, ultrapassa em local proibido e ainda estaciona fechando o colega ou sobre a calçada. Ah, atira saco de pipoca pela janela e depois o toco do cigarro, buzina, xinga verbalmente e acena com intolerância aquele motorista maluco, na sua opinião, que está tentando cumprir as leis. Gente, isso é uma coisa normal por aí e se alguém cair na besteira de reclamar, sai briga. Por que é assim? Porque cada um está certo, ao seu modo e que se danem as leis. Para comprovar o que falo, basta dar uma volta de carro ou a pé em qualquer cidade brasileira.

O pior de tudo isso é que ocorre com o pai da gente, com a mãe da gente, com os irmãos da gente, com o nosso chefe, com os nossos professores, com os nossos clientes, com os nossos amigos, com os amigos dos nossos amigos, em todos os lugares. Entre meus clientes, estão advogados, síndicos, profissionais liberais, donas de casa, estudantes, e todos reclamam de alguém (filhos, vizinhos, clientes, amigos, parentes, etc). E conosco também, só que como todo mundo, não nos sentimos errados ou culpados de nada. A culpa é do governo. O povo que não presta.

Isso é um problema enorme! Caramba! Quem é o povo?

Nenhum comentário: